Cultura
Quase metade dos estudantes da rede pública de São Paulo sofrem com bullying e outras formas de violência
APEOESP revela que 48% dos alunos e 19% dos professores foram vítimas de algum tipo de agressão; crianças expressam em vídeo o que acham da violência nas escolas
O caso de violência no ambiente escolar que chocou a opinião pública na segunda quinzena de abril, com a notícia da morte de um estudante de 13 anos da Praia Grande (SP) por agressão de colegas, não é um evento isolado. Relatório da APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) de 2023 revela que 48% dos estudantes e 19% dos professores das escolas públicas do Estado admitiram ter sofrido algum tipo de violência.
O bullying que vitimou o adolescente paulista aparece com frequência como causa de violência virtual e física entre estudantes, conforme última edição da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), em 2019. O levantamento revelou que cerca de um em cada dez adolescentes (13,2%) já se sentiu ameaçado, ofendido e humilhado em redes sociais ou aplicativos nos 30 dias anteriores à pesquisa. Agressões também ocorrem nas escolas e 23% dos estudantes responderam ter sido vítimas de bullying.
Ainda segundo a PeNSE, que é realizada pelo IBGE, a violência atinge muitos estudantes: um em cada dez adolescentes (10,6%) envolveu-se em lutas físicas e 2,9% admitiram participação em brigas com arma de fogo. Sobre relatos de violência dentro de casa, 21% dos respondentes revelaram que foram agredidos pelo pai, mãe ou responsável alguma vez nos 12 meses anteriores ao estudo.
Criatividade contra a violência
Com a violência sendo uma realidade próxima, uma prática pedagógica relevante é dar aos alunos a oportunidade de demonstrarem seus sentimentos em relação ao tema. Responsável por uma metodologia ativa que incentiva a criatividade e expressividade, Giba Barroso, cofundador e CEO da metodologia De Criança Para Criança (DCPC), acredita que a linguagem que as crianças usam é facilmente entendida por outras.
“Quando as crianças escolhem um tema como a violência, vão usar o repertório delas para tratar de um assunto sério. Nessa construção conjunta, elas começam a entrar em contato com os próprios sentimentos, até para poder expressá-los. Também aprendem a ouvir e respeitar a opinião de outras crianças, o que é a base do entendimento.”
O método consiste em incentivar os alunos a criar uma história com desenhos e narração, para que ela seja transformada pelo DCPC em uma animação. Para isso acontecer, as crianças trabalham habilidades socioemocionais como colaboração, trabalho em equipe, respeito às diferenças e foco em projeto.
Para Vitor Azambuja, cofundador e diretor criativo da metodologia De Criança Para Criança (DCPC), incentivar uma criança a expressar sentimentos, mesmo os mais complexos, como ansiedade e raiva, é uma forma de ajudar no seu desenvolvimento socioemocional. “O ato criativo é uma forma de se apoderar de algo, de se manter vivo. Pessoas criativas não pedem permissão para criar, elas pensam em como enfrentar um problema. Então, discutir o assunto em sala de aula e fazer o aluno pensar em soluções já é uma maneira para enfrentar a violência.”
Vídeos
Alguns dos vídeos feitos por alunos sobre a violência exploram sentimentos como empatia, respeito e solidariedade. Na animação ‘Bullying. E se fosse com você? (https://www.youtube.com/watch?v=2PpEE_Ugl2E)’, alunos do 3º ano do Ensino Fundamental trazem várias situações de constrangimento e uma reflexão sobre os efeitos de quem sofre com as agressões.
No vídeo ‘Amigos – o menino brigão https://www.youtube.com/watch?v=eqT_PTB1iP0’, um menino valentão pensa em mudar suas atitudes ao perceber que não tem amigos. Já a animação ‘As brigas na hora da mãe da rua https://www.youtube.com/watch?v=suPu7-37GMY‘ fala sobre respeito e limites para que a brincadeira Mãe da Rua, uma espécie de pega-pega, possa acontecer.
Usando metodologias que incentivam o trabalho conjunto, é possível direcionar esforços e criar mais situações de empatia, segundo Vitor. “Punir alunos violentos não funciona. Às vezes, quem comete a violência também precisa ser ouvido. É importante entender por que e onde começa a violência e tentar cortar esse ciclo explicando, passando vídeos, lendo matérias e fazendo trabalhos em conjunto.”
Celebridades
Boom da beleza: mercado global cresce e procedimentos requerem cautela
Aumenta a procura por procedimentos estéticos no Brasil, com um crescimento de 390%, mas incidentes atuais ressaltam a necessidade de qualificação e cuidados rigorosos para evitar complicações
Num cenário onde a busca por procedimentos estéticos se intensifica, o mercado global de medicina estética atingiu US$99,1 bilhões em 2021, projetando um crescimento de 14,5% entre 2022 e 2030, conforme relata o Grand View Research. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Dermatologia revela um surpreendente aumento de 390%, com cerca de 80% dos entrevistados já tendo experimentado algum procedimento não invasivo. Entretanto, este boom da beleza não está isento de desafios, um incidente com um empresário em São Paulo, provocado por complicações, após um peeling de fenol, ressaltou os riscos envolvidos nos procedimentos estéticos.
O peeling de fenol, que promove uma renovação profunda da pele, tem sido amplamente adotado por aqueles que desejam uma aparência rejuvenescida. A Dra. Camila Mendes, biomédica esteta e cirurgiã dentista, explica que o fenol melhora manchas, rugas, cicatrizes de acne e a flacidez da pele, inclusive das pálpebras. “O procedimento é considerado um dos mais intensos disponíveis no mercado. Para realizar a técnica com segurança, é fundamental que o profissional esteja devidamente habilitado e capacitado, tendo concluído um curso específico voltado para o uso do fenol, que possui uma concentração de 30%, conhecido como fenol light e que pode ser utilizado pelos dentistas”, afirma.
Segundo a especialista o procedimento é realizado de forma setorizada, ou seja, por regiões específicas e nunca em uma única sessão. “Ele é setorizado porque ele é altamente tóxico, ele pode causar danos ao fígado, alterações renais e alterar o batimento cardíaco, por isso devemos ter cuidado na aplicação”, relata Dra Camila.
Quando a aplicação é feita em todo o rosto, o procedimento deve ser realizado exclusivamente por médicos no ambiente hospitalar. “Sabemos que o peeling de Fenol light, com concentração de 30%, traz resultados significativos para a pele quando realizado de forma segura e supervisionada. No entanto, quando aplicado em todo o rosto, deve ser feito exclusivamente por médicos em ambiente hospitalar, devido à sua alta toxicidade e ao desconforto que provoca”.
O período de recuperação após um peeling de fenol exige cuidados, incluindo hidratação intensa e proteção solar rigorosa, de modo a garantir resultados satisfatórios e evitar complicações. Durante os 30 dias pós-procedimento, é importante que o profissional acompanhe o paciente, pois o sucesso do tratamento também depende da supervisão e orientação especializada.
No que diz respeito aos consumidores, ela destaca sinais de alerta, tais como falta de qualificação do profissional, preços muito baixos, falta de informações claras e pressão para tomar decisões rápidas. Ela incentiva as pessoas a fazerem perguntas e pesquisarem a reputação do profissional. “Não tenha medo de fazer perguntas ao profissional, sobre sua qualificação, experiência, resultados esperados, o famoso antes e depois, riscos e cuidados pós-tratamento. Um especialista confiável precisa estar sempre disposto a responder a todas as suas perguntas de forma clara e detalhada”, conclui.
Cultura
Painel de conversas e performances artísticas encerram exposição “Vasos Condutores do Tempo”
(créditos: Alessandra & Frederico – A&F Art Films)
Exposição está instalada no Espaço Portinho, na Praça Mauá, até o próximo dia 28
Nesta quinta, dia 13, às 11h, a artista visual Ana Coutinho promove painel de conversa com a vice-presidente executiva e superintendente geral da Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira, Ana Flávia Cabral Souza Leite, sobre “Registros do Tempo” tema que ambas exploram na arte e na música com mediação da produtora de conteúdo do Prêmio Pipa, Alexia Carpilovsky. O evento acontece no Espaço Portinho, na Praça Mauá, onde está instalada a exposição “Vasos Condutores do Tempo”.
A programação ainda conta com Performance de movimento com Carol Mariotto e Bela Pedrosa. bailarinas contemporâneas, amigas, mães e apaixonadas pelo corpo e todas as suas possibilidades. Inspiradas pela obra da artista Ana Coutinho, elas sugerem uma interpretação sobre o tempo e sua fluidez, através da dança, no dia 15, às 12h.
O encerramento está marcado para o próximo dia 28, das 16 às 21h, com performances artísticas e Djs convidados.
A instalação de Ana Coutinho explora o mapeamento do tempo através da materialização de novas formas, por meio da entrada da luz e ainda tem sua experiência amplificada com a ocupação de diferentes obras em tela e tecido pelo galpão. A obra chegou ao centro da capital carioca como um convite ao espectador para se sentir parte da exposição, observando a fragilidade de cada pincelada sobre a própria pele, ao passo que a claridade reflete as pinturas nos vitrais.
“O conceito por trás deste projeto é que ao longo do dia a arte crie reflexos e projeções diferentes dentro do espaço expositivo, proporcionando uma experiência única de acordo com o horário de visitação”, explica Ana. Unindo a arte de cada pincelada com o ambiente e tempo, a instalação promove uma exploração de novas superfícies em contraste com a luz do sol. A proposta é que, assim, a abstração ganhe novas projeções e significados. A artista recomenda o uso de roupas claras e leves, para uma melhor experiência visual.
(créditos: Alessandra & Frederico – A&F Art Films)
SOBRE ANA COUTINHO
Ana Coutinho é Artista Visual e Designer graduada em Comunicação Visual pela PUC – Rio e mestra em Artes e Design pela Universidade Central Saint Martins em Londres, além de diversos cursos de especialização no campo das artes visuais em instituições como o Parque Lage, Instituto Tomie Ohtake, Escola de Belas Artes – SP, School of Visual Arts – NY entre outros. Recentemente iniciou sua carreira internacional participando da exposição Signs Point to Yes, na Galeria Amarelo em Lisboa e da exposição Reimagined Realities, na Galeria Arteria em Barcelona. Em 2023 também participou de uma residência artística em Barcelona, e a convite do Instituto das Artistas Latinas fez parte do time de mulheres do seu Stand Institucional na Art Rio onde mostrou seus trabalhos da sua atual pesquisa. Ao longo dos anos de produção artística, transitou por diferentes segmentos da arte, moda e design, morando durante 8 anos nas principais capitais mundiais (SP, NY e Londres) e construindo múltiplos repertórios visuais. Na moda trabalhou como print designer para o estilista Alexander McQueen em Londres e Donna Karan e Calvin Klein em NY, além de marcas brasileiras. Desde o início de 2020 voltou a morar no Rio de Janeiro, sua cidade natal, e hoje se dedica exclusivamente às artes visuais.
PROGRAMAÇÃO
11/06 (terça-feira) – 11h | Painel de conversa entre a artista visual Ana Coutinho e a Superintendente Geral da Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira, Ana Flávia Cabral Souza Leite, sobre “Registros do Tempo” tema que ambas exploram na arte e na música com mediação da produtora de conteúdo do Prêmio Pipa, Alexia Carpilovsky.
Em 2025, a OSB, faz 85 anos e será lançado um livro contando os 85 anos de história da orquestra considerando o tempo espiralar como fio condutor e não a ordem cronológica dos eventos.
15/06 (sábado) – 12h | Performance de movimento com Carol Mariotto e Bela Pedrosa. Bailarinas contemporâneas, amigas, mães e apaixonadas pelo corpo e todas as suas possibilidades. Inspiradas pela obra da artista Ana Coutinho, elas sugerem uma interpretação sobre o tempo e sua fluidez, através da dança.
28/06 (sexta-feira) – 16h às 21h I Finissage com performances artísticas e Djs convidados.
SERVIÇO
“Vasos Condutores do Tempo” – Espaço Portinho, Rio de Janeiro
Data: Entre os dias 23 de maio e 14 de junho de 2024
Horário: De segunda a sábado, das 10h30 às 14h
Local: Espaço Portinho – 3º Andar
Endereço: Avenida Rodrigues Alves, 135 – 3º andar.
Acesso: Estacionamento Estapar – Av. Rodrigues Alves, 173.
VLT – Estação Museus.
Cultura
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